Andanças

Acabei não contando sobre minha viagem á minas a algumas semanas atrás, estava me acostumando com a vida dura de dona-de-casa outra vez.
Como é fácil se esquecer de que existe um banheiro a ser lavado quando se está na estrada!
Foi uma semana, curtíssima, deliciosa, viajando pelas cidades históricas das Minas Gerais.
Sempre quis conhecer as tais das cidades históricas e não foram decepcionantes.
Ouro Preto é uma delícia, tudo é tão bonitinho. Sem contar que é a barbudolândia! ( Sim, sou uma barbudete de marca maior!). Nunca vi tantos barbudos no mesmo lugar, embora meus pensamentos barbudísticos estivessem muito longe dos morros mineiros.
Cerveja rolava solta, assisti a um show do Zeca Baleiro que foi um sonho mesmo tendo chegado atrasada e só ouvido as 4 últimas músicas. Quem nasceu pra se lascar não consegue escapar ao destino!
Numa manhã, depois de descobrirmos ( éramos eu, o meu casal favorito: Ju e Pedro e o Daniel que era da turma da Ju na faculdade e virou meu amigo agora) que as igrejas legais de Ouro preto cobravam entrada e era um abuso e de passarmos algumas horas olhando pedras muito chatas num museu decidimos conhecer Tiradentes.
Nos nossos planos era mais perto, mas acabamos por horas na estrada real pegando vários caminhos errados, parando em mirantes onde pessoas se pegavam loucamente em seus carros e comendo pão de queijo no super-mercado. Também aprendemos a fazer sanduíche de mortadela com o carro em movimento e com a luz apagada. Muito educativo!
Passamos por Congonhas e juro que me assustei ao ver a igreja com os incríveis profetas inserida num grande nada. Não tem nada em volta, só a praça com a igreja....Congonhas foi uma surpresa!
Acabamos pernoitando em São João Del rei, onde diziam que a estadia seria mais barata. Realmente, achamos pernoite por 12 reais, mas era miséria demais, optamos por um hotel no centro de São joão que tinha um visual razoável na entrada. Ledo engano.
Os quartos tinham cheiro de armário, as paredes pintadas de bege até a metade, uma pia e duas camas de solteiro diferentes entre si e com lençóis que não pareciam ter nenhuma lógica. Os cobertores, que seriam muito nescessários, não pareciam ser lavados a um bom tempo.
O banheiro era coletivo,com cara de muito velho. Na manhã que deixamos o hotel, uma cueca pingando pendurada na descarga foi o gran finale.
O café da manhã, incluído na diária de vinte reais, tinha bolinho,café e pão com queijo e manteiga. Muito bacana,até. Considerando que ninguém apareceu para servir a gente e tivemos que invadir a cozinha e nos virar como podíamos.
Finalmente resolvemos descolar um mapa no google que foi de uma ajuda ímpar. Acertamos o caminho e chegamos á Tiradentes.
No caminho conhecemos uma moça que nos indicou um distrito de Tiradentes onde alimentação era mais em conta do que na cidade. Acreditamos e descobrimos que "em conta" para mineiro é que nem o famoso "pertinho". Acho que todo mundo tirava sarro da gente porque todo restaurante baratinho custava um absurdo. Achamos um PF no centro de Tiradentes que era ótimo e nenhum mineiro chamava de "em conta".
Fotos mil, milhares de estátuas molestadas ( temos o hábito de tirar fotos molestando estátuas, nada saudável!), voltamos passando por Ubá onde a família do Daniel cuidou tão bem da gente que deu vontade de ficar lá pra sempre. A hospitalidade mineira realmente é o que se diz.
Sem contar com a hospitalidade da Aline em Mariana e em Ponte nova onde fomos recebidos com um bolo de cenoura inesquecível!
Em Ouro Preto conhecemos um restaurante no mínimo curioso. No cardápio o churrasco é vendido á quilo, o quilo da carne crua. Um fogareiro é colocado na sua mesa e você se vira fazendo o seu próprio churrasquinho. Exótico, mas o preço compensa!
Dessa vez mantive a classe, não levei nenhum tombo! Uma semana viajando e nenhum tombo!
Tô aprendendo!
Aos poucos vou me lembrando de mais casos dessa andança e vou escrevendo aqui.