domingo, 30 de outubro de 2011

Quem tem porteiro não morre pagão!

Fato é que o porteiro do turno da tarde virou meu salvador. O tio gente boa tem sido bem bacana nas últimas semanas e eu sou daquelas que acha que porteiro é o google do prédio.

Hoje, voltando do fim de semana no meu lar doce lar campograndense aproveitei o sorriso cordial do tio e pedi a escada emprestada para colocar a cortina vagabunda que comprei por 30 paus no Saara e guess what?
Tive minha primeira experiência presa no elevador, foi incrível como uma claustrofóbica de carteirinha conseguiu não surtar presa durante 7 minutos no elevador, sozinha com uma escada de madeira toda manchada de tinta branca.
 O ser superior que me testou hoje caprichou. Ao notar meu autocontrole inseriu a variável "porteiro" na equação. O homem gritando pelo poço perguntando em que andar eu tava, e eu, sem fazer a menor idéia (elevador antigo, sem visor!!) respondia: em algum lugar entre o 1 e o último andar! Achei que nunca seria encontrada. A cereja do bolo é que eu estava parada no meu andar, com o elevador quase um metro acima do ponto.
Legal mesmo foi sair com mochila, bolsa, sacola, escada pela porta nas alturas.
Pra completar, colocar a cortina é um inferno, devia ter comprado uma boa....calafrios em pensar que daqui a uns meses vou ter que trocar essa porcaria...vou dormir com os dedos todos furados e acabei de me dar conta que esqueci a chave de fenda em cima do trilho.....Pelo menos o hippie tá quietinho hoje, por enquanto.....

quarta-feira, 26 de outubro de 2011

Entendi!

Meu lado boazinha está com os dias contados. Tudo começou quando folheei o livro de um psicanalista que jura que os bonzinhos, na verdade, são os pérfidos. E que a tal compulsão por doar-se é, na verdade, uma armadilha perfeita para os egoístas, aqueles tipos que olham o mundo através do próprio umbigo. A partir daí, comecei a me olhar com uma certa estranheza. E descobri que essa minha tendência de ser gentil, de tentar solucionar os problemas alheios, tem um quê de Mefistófeles, depois de Satã o mais notável administrador do inferno.
Esta semana então, eu me senti mais pérfida do que nunca por conta de um, digamos, acidente de percurso. Tentando solucionar os problemas de uma amiga, e fazendo de tudo para não melindrá-la, tenho certeza de que fiquei, como dizem por aí, "mal na fita". Acabei choramingando no divã de minha analista no início da semana. Choramingando é pouco, eu estava morrendo de raiva por ter sido mal interpretada. Logo eu, que só queria ser gentil, generosa e acolhedora. Depois de ouvir aquele rosário de reclamações, minha analista deu o diagnóstico, que foi como um soco na barriga. Diagnóstico não, sorry, na verdade ouvi atentamente a interpretação dos meus atos supostamente delicados.O problema todo é que o mundo é feito de frustrações e privações, e eu, com esse meu jeito maternal de ser, vou cercando o outro de todos os cuidados que ele precisa, praticamente lhe oferecendo o paraíso, como costumo oferecer às pessoas de quem eu gosto. Trocando em miúdos, o beneficiado em questão fica se sentindo todo pimpão, como um bebê onipotente que não sente falta de nada. Até que eu digo o primeiro NÃO, e, então, o outro se desilude. Pode até parecer que a desilusão é comigo, mas não é. O outro se desilude com o mundo, coisa que ele já deveria ter feito há muito tempo. Ouvir aquilo tudo na solidão do divã deixou claro a urgência que eu tenho de trancafiar o meu diploma de boazinha. Para que ser boazinha se, depois de tudo, você acaba se transformando praticamente num gênio do mal? Afinal, para o tal psicanalista do livro, o bem é uma versão mais sofisticada do mal. Por conta disso, no final da consulta, eu me despedi da minha analista com um "Então já sei o que fazer a partir de agora: vou oferecer o inferno às pessoas".

Texto da Bety Orsini - no globo online de hoje.

Papai do céu manda recados....eu recebo!

terça-feira, 25 de outubro de 2011

Sempre tem uma...

Venho por meio deste comunicar a realização do meu sonho universitário de morar na Lapa. O que é ótimo, agora que não tenho tempo para sair e curtir as maravilhas do bairro boêmio. Meu apê é o máximo, quero dizer,o mínimo. O mínimo de espaço! Mas é tão fofinho, é tão meu....
Estava tudo indo muito bem até eu descobrir meu vizinho. Rariba, trinta e muitos anos, péssimo no violão e com uma voz que dá vontade de morrer. E ele acorda cedo! E gosta de cantar cedo!  Pior que o puto é simpático, educadinho e faz a maior questão de ser legal. O que se faz com uma pessoa assim?!
Tô pensando em me aproveitar, pedir pra ele começar a tocar todo dia às 8 e nunca mais chego atrasada no trabalho....
De acordo com meu irmão, é desse tamanho o meu apê.