Comer comer....

Comer é o melhor para crescer, cantávamos na pré-escola. Péssima idéia a se colocar na cabeça de uma pessoa.

A tia do primário me fez gostar da hora do lanchinho, e todos os dias eu esperava ansiosa pela hora em que eu me deliciaria com a coxinha de galinha e o guaraná Brahma. Por vezes, não contente em me empanturrar com a guloseima ainda arrematava com os salgadinhos de camarão, que eram umas bolinhas meio rosadas e cheias de sal. Tudo tão saudável!

A razão desse assunto, é que quase 20 anos depois ( isso é licença poética ) continuo uma glutona, muito embora meu corpinho não me permita mais os mesmos deslizes alimentares.

Ontem, depois de me pesar, e descobrir que estou levemente longe de ser uma top-model, decidi adquirir hábitos alimentares melhores.

Comecei fazendo um suco de laranja com cenoura pro lanche, tava com uma cara ótima, até eu adoçar com açúcar mascavo e deixar o suco com cor de chorume ( quem manda querer ser tão saudável!). O gosto nem ficou dos melhores.

Não sou uma pessoa dessas com força de vontade extrema, assumo. Minhas idas á academia só duram o primeiro mês, e só porque me sinto culpada de perder o dinheiro investido!

Há uns dois meses, resolvi comprar cápsulas de sabe-se lá o que , um emagrecedor natural, que segundo minha tia, a fez perder quase 10 quilos em alguns meses. Dois vidros comprados, uma semana tomando a parada e agora tenho os vidros enfeitando o armário junto com o shake que me entediava.

Terminei a noite comendo japa, com cerveja e pensando no quanto eu gosto de comer.

Talvez, vestir 40 não seja tão ruim assim. Não quero ser a Gisele, embora eu ainda guarde a calça 38 e tente entrar nela com relativa freqüência ( dia desses, ela fechou e eu usei duas vezes seguidas!).

Estava convencida que o Garfield tinha toda a razão sobre comer, quando a comida japonesa (deliciosa por sinal, sim, dei o braço a torcer e agora como peixe cru) começou a se revoltar no âmago do meu ser, e o salmão cru, insistiu em nadar no caminho contrário. Já estava imaginando a piracema do sashimi, quando minha porção avó se apegou ao santo sonrisal.

Crise controlada, me pego pensando no yakisoba que trouxe pro irmão e me dou uma auto-lição-de-moral sobre comer além do necessário.

No fim das contas, voltei ao ponto em que estava na tarde de ontem.

Vou melhorar os meus hábitos alimentares, sem me tornar vegetariana, claro. Não usarei açúcar mascavo nunca mais na vida, sushis e sashimis só em quantidades menores á partir de hoje.

Mas por via das dúvidas, amanhã compro mais sonrisal. Nunca se sabe quando haverá uma recaída!