quarta-feira, 2 de julho de 2008

Sweet dreams are made of this

Roupas amontoadas em dois imensos cestos, louça amontoada na pia, a cama não é feita a uns dois dias e eu preciso de uma empregada.
Coleciono pares de sapatos pela sala e uma pilha de roupas fora do guarda-roupas.
Quanto mais eu tento manter a ordem, mais desordenada a Rose Red fica.
Todo esse caos me fez pensar nas empregadas que passaram por aqui.
A primeira, veio a mim num momento de desespero (meu, claro).
Me era impressionante como a moça vinha lá do outro canto da cidade e chegava cedo mesmo assim. Nos primeiros meses, limpava tudo com muito esmero e era simpática.
O problema começou quando eu passei a deixar os bilhetes. Os tais se acumulavam na porta da geladeira e nada das tarefas cumpridas, até que um dia veio a revelação: a moça não sabia ler.Triste, mas verdade. Logo depois, a moça começou a ficar com preguiça de atravessar a cidade até o longínquo bairro de campusca e um dia simplesmente parou de vir e nem atendeu mais as minhas ligações. Não são só os homens que fazem essas coisas, as empregadas também podem agir canalhamente!
A segunda, veio a mim através de uma amiga e foi impressionante. Nunca vi a Rose Red tão limpa. Mas um mês depois ela resolveu que não era mulher de ganhar menos do que o presidente da república e tentou me extorquir. Bye bye baby, sou uma pessoa pobre e não posso com essas coisas.
A terceira, era mais uma amiga do que qualquer coisa até que começou a faltar e cultivar teias de aranha pela Rose Red, além de enfiar as minhas mais caras roupitchas na máquina de lavar. Depois de um ano fui obrigada a dar adeus aos serviços da moça, da qual eu confesso gostar muito até hoje.
A quarta e última, chegou em pele de cordeiro. Boazinha, solícita e simpática. Se compadecia do meu encalhamento e me dava o maior apoio moral até o dia em que resolveu me chamar de gorda enquanto passava a roupa. Depois, me excomungou porque atrasei o pagamento UM dia, quebrou milhares de coisas, arrebentou o meu colar de pérolas ( que nem era dos mais caros ou mais bonitos, mas eu adorava). Por fim, depois de uma sequência catastrófica de faltas e de roupas não passadas desisti de tê-la por aqui e fiz o Justus.
Juro que sou uma contratante bacaninha. Alimento bem as minhas ajudantes, sou educada, delicada(até demais), raramente reclamo de alguma coisa e aí mora meu erro.
Pegar a empregada no telefone sem pedir autorização e responder que está tudo bem não é uma idéia genial, não é legal também entender sempre que ela faltar porque o gato está doente nem doar tudo que não é mais usado para elas. Corre-se o risco de virar um capacho para as moças.
A relação com as empregadas deve ser tratada como um namoro. No começo, impõem-se os limites, senão as coisas nunca mais podem ser como se quer que sejam.
A empregada dos sonhos, tal qual o namorado dos sonhos não existe, droga!
Tudo são flores no começo, atitudes fofas, sorrisos, interesse e voilá a ilusão está montada para em seguida ser defenestrada por uma atitude reveladora.
Sigo nessa vida, desiludida mas ainda sim lá no fundo tenho uma pequena esperança. Um dia, há de vir o amor perfeito e a empregada perfeita e se puderem surgir juntos em um empregado sarado que aceite trabalhar de tanguinha ou traje de Go-Go boy, será a vida dos sonhos!
Um homem bonito, inteligente, que cozinhe, limpe, lave e passe com destreza e tenha aquele charme (alto,com ar cult, barba por fazer e tal). Eu sei, eu sei.......mas sonhar ainda não custa nada.

Um comentário:

Murdock disse...

Tivemos três empregadas lá em casa. A primeira era ótima mas sumiu num feriado.

A segunda era folgada, não queria nada e ainda roubou uma bermuda da
minha mãe.

A terceira tinha passagem pelo Pinel, quebrou metade do prédio e foi levada pela polícia.

Agora, só faxineiras, que não costumam fazer o que se pede.
Bjs