sábado, 2 de fevereiro de 2008

AlalaôÔô‭!



Sim,‭ ‬como não poderia deixar de ser tenho um post carnavalesco‭!

O que tem o carnaval a ver com as calças‭? ‬Ou melhor,‭ ‬com as casas‭? ‬Não sei,‭ ‬mas a minha está parecendo o sambódromo depois do desfile,‭ ‬sem um gari bailarino fazendo firulas pra câmera da globo‭!

Tive um dia extremamente‭ ‬atípico...

Convencida pelo Ciro e pela Roberta a abortar meu plano carnavalesco de curtir um bloco noturno ontem á noite,‭ ‬seguimos para o famoso Cordão do Bola preta hoje de manhã.

Prontamente,‭ ‬acordei‭ ‬ás‭ ‬7‭ ‬e adentrei‭ ‬o trem‭ ‬parador‭ ‬rumo à central do Brasil.‭ ‬Teria sido uma viagem comum se não estivesse o tal cheio de passageiros empolgados , um pouco demais, eu diria.

Sentada consideravelmente desconfortável, ao lado de um casal gay que bebia alguma coisa com álcool de uma garrafa pet com um canudo de borracha, em pé na minha frente um grupo de senhores de meia idademuito empolgados que esguelava marchinhas e piadas infames enquanto perdigotavam em cima de mim, observava tudo aquilo enquanto pensava: Essa vai ser uma viagem longa.

Teria acabado por aí o meu infortúnio, se na estação de Padre Miguel não entrassem as mocinhas. Todas trajando mini-saias de bolas pretas e mini-tops, ostentavam ainda cabelos emplastrados de Kolene. Gritavam horrores, cantavam pessimamente o hino do Flamengo.

A frase recorrente em meus pensamentos, nesse momento, era: Puta-que-pariu, eu mereço!

Viagem concluída, comemorada pelos foliões enlatados no trem da Supervia com mais gritos e pancadas nas paredes do trem, desembarcamos todos na Central do Brasil lá pelas nove e meia.

Amigos devidamente encontrados em frente à banca de jornais, partimos rumo à Rua da Alfândega para comprar os apetrechos carnavalescos. Atravessamos o Saara com o sol quente bem na cara. Adquiri o mais bonito colar havaiano que já vi na vida.

Lá fomos os três mosqueteiros ao encontro do bloco, animadíssimos. Roberta com seu chapéu dourado, Ciro com a gravata verde e o chapéu do cartola e eu com o meu belíssimo e quente colar havaiano.

Dizem que certas coisas que passam despercebidas são um presságio do que há de vir.

Enfiei o meu pezinho, calçado com a minha sandália favorita, numa poça d água imunda num canto da Rua Buenos Aires, quase morri do coração ( sou um pouquinho fresca quando o assunto é higiene).

Chegamos ao centro da muvuca, digo bloco, quase fomos atropelados por um ambulante que vendia cerveja a sofríveis R$3,00, sentimos todo aquele calor humano e o suor humano ,dos outros, nas nossas peles.

Era impossível se mexer, dançar então nem pensar. Pensar podia, mas com o barulho infernal e as pessoas amontoadas umas em cima das outras ganhava um prêmio quem conseguisse organizar as idéias.

Desistimos de fazer parte do bloco, e passamos uma hora em uma fila indiana tentando chegar à calçada. Nesse trajeto. mais uma poça nojentíssima e lancei uma dúzia de palavrões ao ar, junto com o comentário de que mais uma poça e provavelmente eu teria que amputar o meu pé. Uma senhora, daquelas que tem cara de Alcione, me diz assim: Minha filha, carnaval é assim mesmo! Não pode ligar não!

Respirei fundo, e pra não estragar a festa de ninguém não expressei a minha opnião sobre o fato. Era a seguinte: O pé é meu, porra! Eu ligo!

Passamos algum tempo em uma ruela paralela, que estava bem animada e onde o ar era respirável. Primeira chance de mostrar ao Rio de janeiro todo o meu swing e talento para o samba.

Seguimos o fluxo, nos divertimos bastante tirando fotografias das pessoas com as roupas mais bizarras que já vi na vida. A verdade seja dita, o carioca é bem humorado e sabe fazer sua graça.

A essa altura, todos estávamos mais relaxados e eu nem pensava mais na infecção generalizada que as poças me causariam.

Enquanto nos alimentávamos no Mc Donalds, que era o único lugar que tinha um banheiro utilizável e cadeiras que pareciam implorar para que eu colasse meu bundão em seus assentos, quase fiquei entalada ao avistar um ser trajando a mais perfeita roupa de galinha. Eu quase recuperada do incidente, a galinha tira a cabeça para revelar a mais intrigante informação: era uma senhorinha de seus sessenta e poucos anos, a quem invejei. Quero ser uma senhorinha capaz de me vestir de galinha e sair sozinha num bloco de carnaval.

Todos nós estávamos cansados. Fato era que, embora nos importássemos uns com as vontades dos outros e isso nos impedisse de dizer a frase, queriamos ouvir de um corajoso : Vamos embora?

Frase dita, caminhamos pela Presidente Vargas falando bobagens, fotografando os carros alegóricos e morrendo de calor.

Nos despedimos do Ciro na central, Dona Roberta e eu embarcamos numa viagem dos horrores em mais um trem carnavalesco.

Só essa segunda viagem de trem, rende um post inteiro. Então vou deixar vocês com curiosidade até eu ter uns 3 ou 4 comentários nesse post!

Já que ninguém me dá apoio moral, vou começar a chantagear vocês!

Coisas que aprendi hoje:

1) Bola preta,nunca mais.

2) Carnaval de sandálias,nunca mais.

3) Trem durante o carnaval, nunca mais.

4) Adoro meus amigos! (Se bem que disso eu já sabia,mas vale reiterar)



Não perca, no próximo post: O homem que fazia faculdade, a mulher que queria paredinha pra mijar dentro do trem, a criança que me deu um banho de água gelada e o defeito no ramal.

3 comentários:

Anônimo disse...

Ahhhh hahahaha muito bom!!!!!
Posta mais!!!!!!! Posta mais!!!!!!!

Anônimo disse...

Correndo o risco d fazer chover eternamente, vou comentar no seu blog... rsrsrs Quero saber do resto da viagem!!!
Bjão e aproveitando q tô escrevendo, mesmo, aproveito p dizer q:
1-) Tô adorando o blog... Vício total.
2-) Me sinto mais próxima d vc c ele.
3-) Vc é um ... e eu tô d mal pq AINDA tá me devendo uma visita!!!
rsrs
Bjãooooooooooo

Felipe Paivão disse...

Ainda bem que eu reconheci que meu estoque de sorte já estava esgotado e fiquei covardemente em casa! Mas da próxima vez me liga, que pelo menos um chuveiro quente e um bom almoço podem ser fornecidos em ocasiões emergenciais como essas.

Beijão menina!