sexta-feira, 22 de fevereiro de 2008

Á minha mãe

No primeiro dia, éramos eu e a Rose red. O irmão estava na casa de um amigo, todos arrasados pela tragédia que se abatera sobre nosso lar.
Naquele tempo, Rose Red ainda não era a alcunha do meu doce lar.
Me levantei naquela manhã, disposta a me tornar a mulher que deveria ser á partir daquele dia. E para começar, tomaria as rédeas da minha casa.
Acordei cedo, com a alma moída de tanto chorar durante a noite, e limpei a casa toda. Em cada pedacinho da casa, ela estava me fazendo falta.
Foi então que me dei conta do quanto eu a amava, e de como seriam difíceis os dias que se seguiriam.
E foram, muito dolorosos pela solidão do nosso lar silencioso e mais ainda pela certeza cruel de que nossas conversas jamais se repetiriam.
O amor e a saudade viraram forças para viver os primeiros dias e depois os primeiros meses e quando notei já tinha passado o primeiro ano.
Entre as filas de banco, vassouras, solidão, coragem, vazamentos no banheiro, demissões de empregadas...deixei de ser a filha, a menina e um belo dia, me vejo no espelho uma mulher.
A vida não é fácil para uma mulher, não se parece em quase nada com a vida de uma menina, da menina que fui até a noite em que virei a dona da minha casa e do meu nariz.
Todos os dias quando dói, penso nela. Em como a vida também lhe foi dura e em como ela se tornou a mulher mais admirável que conheci. A mulher que eu quero ser.


Ps: desculpem o post triste.......mas não deu pra segurar, saudade,sabem como é,né?

7 comentários:

Anônimo disse...

Beleza de post. È impressão minha ou nossa amizade tá fazendo 1 ano?

Magno. disse...

Puxa... Fikei sem palavras, Beeshana...

Beju!

Naeno disse...

DAS CANÇÕES

É muito mínimo o que se faz numa canção
Se não se põe a vida dentro dela.
A gente torce o coração
A gente esfrega as emoções
A gente estampa a vida de aquarelas.

Estrelas são lugares infinitos
Feitas do brilho do teu ladim
O teu abraço é o fim do meu limite
Meu piquenique é dentro do teu sim.

Grita o amor nas células do sentimento
Geme o prazer nas sílabas da alegria
O sofrimento nos rouba muito tempo.

Um beijo
Naeno

Anônimo disse...

Imagino como deve ter sido difícil pra você perder a sua mãe tão jovem. Apesar dos problemas e da sua casa parecer estar contra você, com tempo e experiência as coisa vão ficar mais fáceis, você vai ver!

Eu moro fora do país há 10 anos e no começo foi fogo! Eu morro de saudades da minha mãe, a gente se vê a cada 2 ou 3 anos, mas não por falta de vontade, se eu pudesse visitaria ela todo dia.

Boa sorte e continue sempre positiva, a saudade da sua mãe sempre vai existir, mas a tristeza com o tempo diminui e as memórias boas ficam.

Um abraço
Patricia

Unknown disse...

Talita,estava tão acostumada a dar boas gargalhadas lendo suas desventuras dentro dessa casa que conspira contra você que até havia me esquecido de como você chegou à isso.Hoje não houve risos...mas amanhâ será diferente e tudo será deliciosamente tragicômico na Rose Red....Sentir saudade faz bem e compartilhar com os amigos tb...mesmo que ssejam apenas virtuais..beijo Alice

Anônimo disse...

Oi menina, me fez chorar ao ler este post. Acho que mãe e pai deveriam ser eternos em nossa vidas.
Mais você é guerreira, admiro muito isso em você, seu brilho nos olhos e seu sorrisão estampado sempre no rosto.
Seus pais sempre olham por você, tenha certeza disso.
Beijão!
Precisa aparecer pra gente tomar uma cerveja e rir um pouco dos nossos dramalhões com caras esquisitos.

Eliana Tavares disse...

Pois ela deve estar explodindo de orgulho de sua menina, e tranqüila pela certeza de que você sempre vai conseguir continuar, já que passou em uma das provas mais duras que alguém da sua idade pode ter!
Parabéns pra você e pra sua mãe, onde estiver
Beijo grande!