segunda-feira, 30 de junho de 2008

Subterrâneo, escuro,claro é um trem de metrô.

Sabe aqueles palhacinhos que pulam da caixa?! Hoje me dei conta de que certos sentimentos também fazem isso.
A saudade eu guardo em caixas, saudade dos meus pais, saudade de alguns alguéns que não fazem mais parte dos meus dias.
Nessa tarde de domingo resolvi , não sei porque, abrir as minhas caixas e deixar a saudade sair. E foi um rio de lágrimas lavando meu quarto. Ao contrário do que possa parecer a saudade não me fez mal.
Bilhetes dos amigos, dos avós, dos meus pais, do amor que se foi, poesias, fotografias.......
A saudade que escondi nas caixas, no fundo do armário me trouxe de volta a pessoa que sou.
Me lembrei que tenho histórias lindas, que tenho uma música, um poema. Tenho rosas secas em um livro, tenho papéis de bombom e fotos 3X4 com dedicatória.
Nas lembranças do namoro dos meus pais, bilhetes de 30 anos atrás me disseram que nenhum amor é perfeito, mas podem sim ser eternos.
Talvez, sem pretensão nenhuma digo isso, eu tenha mesmo amadurecido. Não vejo mais só a tristeza do que terminou, agora enxergo que o simples fato das coisas terem existido é belo.
Ter pais que se foram é triste, mas eles estiveram aqui. O amor que foi o mais bonito se foi, mas ele existiu e fez meus dias (muitos deles!) muito felizes. Os amigos que hoje estão longe e nem nos vemos mais dividiram muitas risadas e momentos comigo.
Sim, sou emo.
Mas a saudade é um trem de metrô, e a minha saudade é um trem com muitos vagões.
Toda essa onda de saudade me fez lembrar de uma amiga, a minha primeira melhor amiga.
Éramos vizinhas na cidade em que eu vivia quando criança, e éramos capazes de passar dias inteiros brincando. Até que meu ciúme me fez brigar com ela, e nunca mais ela me desculpou por eu ter sido uma besta. Foi meu primeiro relacionamento naufragado e sinceramente é o que mais me dói até hoje. Saber-se responsável por um fim é horrível, e ainda mais quando é sabido que o erro causador foi exclusivamente meu. O que me faz ter vergonha de ser essa ciumentazinha que sou. (Juro que aprendi a controlar!).
Ando muito entalada com as minhas saudades, acho que preciso de férias.
Jú, tem um sofá aí para uma amiga em crise existencial?!

Um comentário:

Murdock disse...

Saudades é foda mesmo. Coisa que a gente nem sabe bem dizer se é bom ou ruim, se tem cura, se passa, quando vem, quando vai, se tem prazo, validade. Não sabe se tem remédio. Um retrato, ouvir a voz pode aliviar ou dar mais saudades. Coisa tão estranha que só em português temos uma palavra pra descrever esse sentimento.

Bjs